A vida é efêmera, passageira, devemos aproveitá-la ao máximo. Em razão disso, também chegamos à conclusão de que todos os sentimentos e fases ruins desaparecem de nossas vidas! É um grande alívio pensar na certeza de que o sofrimento chega ao fim, nem que seja por um instante.
Uma das minhas matérias preferidas é Português, gosto tanto de estudar as escolas literárias quanto gramática. Houve uma época em que minha escola literária favorita era o Barroco, pois dizia muito de mim. O Barroco é uma escola literária do século 16, primeira escola literária do Brasil, inclusive. Nela há presença de inconstância, conflito entre a razão e a religiosidade, presença do pensamento sobre a vida ser efêmera (passageira) e a visão aflitiva de dever aproveitar o máximo dela, além do exagero das emoções e de expressão, entre outros. Eu era tudo isso e mais um pouco, me identificava com cada poema e música. Era um sofrimento para mim, mas eu adorava romantizar meu sofrimento, porquanto minha maneira de encontrar beleza no sofrimento me ajudou a suportar esta por todos esses anos.
O Barroco caracteriza uma poesia extremamente problemática, mas ele tem uma característica reconfortante: o pensamento da vida ser efêmera. Ah! Isso traz um alívio.
Tudo na vida passa! O sofrimento chega ao fim, mesmo que seja dor ou doença crônicas, sempre há pausas para fases boas.
O Barroco também era muito contrastante nas emoções, os poetas colocavam sentimentos oposto em sua poesia o tempo todo. A vida era efêmera, a dor passaria, embora a alegria também... sempre tendiam dar mais atenção ao sofrimento. Todavia, eu não! Vim aqui não para te lembrar que sua alegria também irá passar, mas sim para te lembrar que a fase ruim SEMPRE chega ao fim. Sobretudo, quando sua fase feliz chegar e em algum momento também ir embora, tire proveito dela e use sua dor para aprender algo, assim, logo você terá mais fases boas do que ruins.
Deixo aqui uma estrofe de um poema do Gregorio de Matos para reflexão, um dos grandes poetas da época:
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria."